MASSOTERAPEUTA ÉVERTON RODRIGUES















segunda-feira, 31 de outubro de 2011

BUSQUE A FELICIDADE DENTRO DE SI MESMO E ESTEJA ZEN

O ser humano é, por natureza, repleto de desejos. Em princípio, o termo “desejo” pode causar uma conotação ruim, entretanto, o que seria do ser humano se não tivesse desejo de saciar a fome ou a sede? Simplesmente não sobreviveria, morreria. O que seria da humanidade se não houvesse o desejo de perpetuar a espécie? Hoje nós não existiríamos.
A questão a ser refletida está simplesmente no grau do desejo. Um desejo que se torna excessivo se transforma em ambição e, consequentemente, esta ambição nos leva a querer muito mais do que realmente necessitamos e inconscientemente nos deixamos mergulhar em um mundo egocêntrico.
Do ponto de vista do ensinamento zen, a existência de inúmeros desejos é inevitável por fazer parte da própria natureza humana. Entretanto, cabe-nos aprender a ponderar e a evitar o excesso de quaisquer desejos. “Estar zen” é estar vivendo em equilíbrio consigo e com todos os seres da natureza.
Toda e qualquer vida está em constante transformação. Não existe sequer um milésimo de segundo igual a outro. Assim como nossa vida é regida pela impermanência, não sabemos o que nos aguarda num momento seguinte ao que vivemos.
Independente de nacionalidade, ideologia, crença religiosa, condição financeira ou escolaridade, o fato é que tudo que tem vida um dia certamente desfalecerá e esta é uma verdade da qual não podemos fugir. Entretanto, apesar de sabermos que um dia vamos morrer, ninguém sabe ao certo quando será a sua hora e esta é a razão principal pela qual devemos viver intensamente cada momento de nossas vidas como se fosse o último.
“Pequenas boas ações valem mais que belas palavras...”, ao colocarmos em prática nossas ações, um décimo delas que seja, certamente o efeito será muito maior que apenas a expressão de palavras. A lógica não move o ser humano, mas a capacidade que o ser humano tem de se emocionar é que o faz mover seu coração. Se refletirmos sobre palavra “emoção/comoção”, em japonês ( - kandô), veremos que sua formação é feita com a junção dos ideogramas “ – sentir” e “ – mover-se”.
A felicidade buscada pelo ser humano na verdade não é uma condição única, ou seja, um acessório ou uma bagagem que carregamos no decorrer de nossas vidas e que a cada momento estará preenchida com uma condição e uma carga diferente, não é permanente e estará constantemente passando por transformações.
Nossa felicidade não deve ter como parâmetro a felicidade alheia... o parâmetro está dentro de cada um de nós. O importante é buscar a felicidade dentro de si mesmo; a felicidade que se busca exteriormente não passa de um mero acessório que, a qualquer momento, pode se quebrar ou se perder.
Momentos da vida em que:
... contemos as lágrimas na tentativa de resistir à tristeza.
... suportamos o sofrimento sem nos queixar.
... ouvimos em silêncio as críticas sem refutar com pretextos.
... contemos a raiva e, com firmeza, suportamos a humilhação.
São em momentos como esses que nossa visão do mundo se torna mais profunda e as raízes da Vida crescem, ganham forças e tornam-se ainda mais profundas.
No ensinamento zen, diz-se que “mais vale ser um bom ouvinte a um bom orador...”. Todos nós sentimos a necessidade de alguém para conversar e desabafar o que está no íntimo de nossos corações e, nestes momentos, termos ou não alguém que possa nos ouvir faz uma enorme diferença em nossas vidas... Façamos a diferença na vida de alguém.

Créditos: O texto original é de autoria do superintendente-geral da Escola Sotoshu na América do Sul e abade superior do Templo Busshinji, bispo Koichi Miyoshi, e tradução de Cristina Izumi Sagara.